O salário mínimo passará a ser de R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026, conforme publicação do Governo Federal no Diário Oficial da União desta quarta-feira (24). O reajuste representa um aumento de 6,8%, pouco mais de R$ 100 em relação ao valor atual, e deve beneficiar cerca de 62 milhões de brasileiros.
Previsto para começar a ser pago em fevereiro, o novo piso salarial deve injetar R$ 81,7 bilhões na economia, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O cálculo leva em conta os impactos sobre renda, consumo e arrecadação, mesmo em um cenário de maior restrição fiscal.
De acordo com o Dieese, aproximadamente 61,9 milhões de pessoas terão rendimentos diretamente influenciados pelo salário mínimo. Desse total:
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29,3 milhões são aposentados e pensionistas do INSS;
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17,7 milhões são empregados;
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10,7 milhões são trabalhadores autônomos;
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3,9 milhões são empregados domésticos;
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383 mil são empregadores.
O novo valor corresponde a um reajuste nominal de 6,79%, conforme as regras da política permanente de valorização do salário mínimo.
Impactos nas contas públicas
O Dieese destaca que o aumento do salário mínimo impacta diretamente benefícios e despesas vinculados ao piso nacional, com reflexos importantes no orçamento público. Entre os principais efeitos previstos estão:
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R$ 39,1 bilhões de aumento nas despesas da Previdência Social em 2026;
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R$ 380,5 milhões de custo adicional para cada R$ 1 de aumento no salário mínimo;
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46% dos gastos previdenciários diretamente afetados pelo reajuste;
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70,8% dos beneficiários da Previdência recebem valores atrelados ao mínimo.
O principal desafio do governo será conciliar os ganhos de renda para a população com o controle das despesas obrigatórias, especialmente diante da necessidade de cumprir as metas fiscais.
Como é feito o cálculo
O reajuste do salário mínimo segue a Lei nº 14.663/2023, que determina a correção anual com base em:
Para 2026, no entanto, o cálculo sofre limitação do novo arcabouço fiscal, definido pela Lei Complementar nº 200/2023, que impõe um teto ao crescimento real das despesas da União. Assim:
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a inflação medida pelo INPC, de 4,18%, será considerada integralmente;
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o crescimento do PIB, de 3,4%, será limitado a 2,5%, percentual máximo permitido pelo novo regime fiscal.
A combinação desses fatores resulta em um aumento nominal de R$ 103 no salário mínimo. As informações são da Agência Brasil.