O entendimento entre o governo brasileiro e autoridades chinesas começou a reduzir a pressão sobre o setor automotivo nacional, que enfrentava risco de paralisação devido à escassez global de semicondutores. Segundo a Anfavea, as tratativas diplomáticas recentes garantiram a retomada gradual das autorizações de importação de chips, diminuindo o risco de interrupção nas fábricas.
De acordo com o presidente da entidade, Igor Calvet, a liberação da importação para empresas brasileiras com operação na China e uma “licença especial” concedida às montadoras do Brasil foram fundamentais para estabilizar o abastecimento. “A situação melhorou, mas ainda não foi normalizada”, destacou.
A medida foi resultado de negociações conduzidas pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, junto à Embaixada da China, que solicitou prioridade no fornecimento de chips ao Brasil. A decisão chinesa também abriu caminho para o fim do embargo à empresa Nexperia, cuja paralisação poderia afetar o fornecimento de autopeças.
A crise dos semicondutores tem origem na disputa comercial entre China e Estados Unidos, agravada por restrições impostas à produção e exportação desses componentes. A competição global envolve o controle de minerais críticos, essenciais à fabricação de chips, dos quais a China domina cerca de 70% da mineração e mais de 90% do refino mundial, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).